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Friday, July 19, 2019

PT -- VLADIMIR PUTIN -- Entrevista ao jornal italiano ‘Corriere della Sera’



 Putin: «Ready to talk to the US. In constant contact with Salvini's League»

Antes da visita oficial à Itália, Vladimir Putin concedeu uma entrevista ao principal jornal italiano ‘Corriere della Sera’.

4 de Julho de 2019
06:00
Pergunta: As relações entre a Rússia e a Itália parecem ser positivas. O nosso governo está entre os poucos da Europa, que estão a pressionar para que seja efectuada a revisão das sanções. No entanto, é a Itália que sofre as maiores perdas devido à proibição do fornecimento de vários bens de consumo, introduzida pelo governo russo como contramedida. Não seria um gesto amistoso da parte da Rússia, dar o primeiro passo e começar a levantar, unilateralmente, as sanções retaliatórias?
Presidente da Rússia, Vladimir Putin: De facto, desfrutamos de relações especiais com a Itália. Existe um diálogo de confiança com os dirigentes italianos. Está em andamento um trabalho conjunto contínuo nos campos político, económico, científico e humanitário. Apreciamos muito esse activo de parceria e confiança mútua.
Claro, mantivemos essa circunstância em mente. E não tínhamos o desejo de prolongar as restrições às relações económicas com a Itália. Mas o problema é que as nossas medidas de resposta - em retaliação às sanções ilegítimas que nos foram impostas - deveriam ser não-discriminatórias, porque senão enfrentaríamos problemas na Organização Mundial do Comércio. Gostaria de salientar que as decisões de impor sanções contra a Rússia foram tomadas pela Comissão Europeia e apoiadas por todos os países da UE.
Ao mesmo tempo, gostaria de sublinhar que as medidas de resposta mencionadas são de natureza local e não impedem, de um modo geral, o desenvolvimento eficaz do nosso investimento e cooperação industrial. Assim sendo, nenhuma das empresas italianas se retirou do mercado russo. No recente Fórum Económico, em São Petersburgo, foram assinados vários contratos bilaterais promissores nos sectores industrial, do petróleo e gás e da petroquímica.
Quanto à remoção das sanções, tenho falado sobre este assunto repetidas vezes. Aquele que está por trás das sanções é o que deve dar o primeiro passo; estou a falar da União Europeia. Depois do mais, a Rússia poderá abolir as contramedidas. Esperamos que o bom senso acabe por prevalecer e a Europa dê prioridade aos seus próprios interesses em vez de seguir as instruções dadas por outrem. Então, poderemos desenvolver uma cooperação mutuamente benéfica, multifacetada e voltada para o futuro.
Pergunta: No mundo de hoje, que parece em certos aspectos, ainda mais instável do que o da era da Guerra Fria, os acordos de desarmamento Rússia-EUA estão em crise. Estamos à beira de uma nova corrida armamentista com consequências imprevisíveis, apesar do que pareceu ser um bom começo nas suas relações com o Sr. Trump. De que maneira é que o Snr. pensa que o seu país é responsável por tal desenvolvimento?
Vladimir Putin: De maneira nenhuma! O colapso do sistema de segurança internacional começou com a retirada unilateral dos EUA do Tratado de Mísseis Antibalísticos (Tratado ABM). Este instrumento foi a pedra angular de toda a arquitectura do controlo de armas.
Basta comparar a quantia que a Rússia gasta na defesa - cerca de 48 biliões de dólares - e o orçamento militar dos EUA, que é de mais de 700 biliões de dólares. Existe nestes números algum sinal de uma verdadeira corrida armamentista? Não estamos dispostos a ser arrastados para ela. Mas, ao mesmo tempo, devemos garantir a nossa segurança. Por esta razão, é que tivemos de desenvolver armas e equipamentos avançados - em resposta ao aumento das despesas militares e às acções claramente destrutivas dos Estados Unidos.
A situação com o Tratado INF é um exemplo flagrante. Aproximámo-nos dos EUA mais de uma vez, sugerindo que resolvêssemos as questões relativas a este documento, mas enfrentamos uma recusa. Como resultado, os americanos estão a destruir outro Tratado importante.
As perspectivas da nossa cooperação no campo da redução estratégica de armas ainda permanecem pouco claras. O Tratado START expirará no início de 2021. Neste momento, os EUA não parecem dispostos a discutir o seu prolongamento ou a possibilidade de elaborar um novo acordo em grande escala.
Deve ser mencionado aqui, mais um facto. Em Outubro passado, oferecemos aos EUA legitimar uma declaração conjunta sobre a inadmissibilidade de uma guerra nuclear e o reconhecimento das suas consequências devastadoras. Não houve resposta dos EUA.(***Ver Nota da Tradutora, no final.)
Recentemente, a Administração em Washington começou a reflectir sobre a possibilidade de reiniciar o nosso diálogo bilateral, baseado numa agenda estratégica alargada. Acredito que alcançar acordos concretos na esfera de acção de assegurar o controlo de armas, ajudaria a melhorar a estabilidade internacional. A Rússia tem vontade política de fazê-lo; agora compete aos EUA tomarem uma decisão. Reiterei essa posição na nossa reunião com o Presidente Trump, à margem da Cimeira do G20, no Japão, não há muito tempo. (N.d T: 28 e 29 de Junho de 2019)

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Saturday, July 13, 2019

PT -- VLADIMIR PUTIN -- ENTREVISTA CONCEDIDA AO 'THE FINANCIAL TIMES'






PT -- VLADIMIR PUTIN -- ENTREVISTA CONCEDIDA AO 'THE FINANCIAL TIMES'
Entrevista ao Financial Times
Na véspera da reunião do G20, Vladimir Putin conversou com o editor do Financial Times, Lionel Barber, e com o chefe do departamento de Moscovo, Henry Foy.
27 de Junho de 2019
22:00
Kremlin, Moscovo
Vladimir Putin’s interview with The Financial Times.
Entrevista de Vladimir Putin ao The Financial Times.
Lionel Barber: Senhor Presidente, daqui a pouco vai dirigir-se para Osaka , na qualidade do estadista mais experiente do G20. Ninguém esteve em tantas reuniões internacionais deste grupo e do G7, nos últimos 20 anos, enquanto o Snr. esteve no comando da Rússia. Antes de falarmos sobre o programa do G20 e o que espera alcançar, sabemos que há tensões crescentes entre os Estados Unidos e a China no comércio e o risco de conflito no Golfo. Ficaria muito grato se pudesse falar um pouco sobre si e como viu o mundo mudar nos últimos 20 anos, enquanto esteve no poder.
Presidente da Rússia, Vladimir Putin: Primeiro, eu não estive no poder ao longo de todos esses 20 anos. Como deve saber, fui Primeiro Ministro durante quatro anos, e essa posição não é a autoridade máxima da Federação Russa. Mas, mesmo assim, estou há muito tempo no governo e nos escalões superiores, para poder julgar o que está a mudar e como. Na verdade, acabou de dizê-lo, perguntando o que mudou e como. Mencionou as guerras comerciais e os desenvolvimentos do Golfo Pérsico. Diria, com cautela, que a situação não mudou para melhor, mas, continuo optimista, até certo ponto. Mas, com toda a franqueza, devo dizer que a situação se tornou mais dramática e explosiva.
Lionel Barber:Acredita que, agora, o mundo está mais fragmentado?
Vladimir Putin: Claro, porque durante a Guerra Fria, o pior foi a própria Guerra Fria. É verdade. Mas, pelo menos, havia algumas regras às quais todos os participantes na comunicação internacional, mais ou menos, aderiram ou tentaram seguir. Agora, parece que não há regras nenhumas. Neste sentido, o mundo tornou-se mais fragmentado e menos previsível, o que é a condição mais importante e lamentável.

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